domingo, 6 de junho de 2010

'God only knows ... II

Como é que pode uma pessoa fazer parte da nossa vida e depois, de repente, ir embora?
É tão inconclusivo, é como se a gente perdesse um pedaço da nossa história.
Meu avô não foi uma das melhores pessoas que existiu no mundo, nem um dos melhores pais para o meu pai. Era rude, grosso, aquele paraibano com duas mulheres e vinte filhos. Mas nos últimos 2 anos da sua vida, ele veio para o Rio e passou a frequentar minha casa. Foi tão maravilhosa nossa aproximação, ainda que relutante...
Falávamos sobre a novela Alma Gêmea que ele adorava, sobre os outros netos, sobre as experiências de vida. Às 16 horas, ele tomava café com biscoitos e todos os dias ele punha arroz na entrada de casa para os passarinhos.
O tempo foi passando e em agosto de 2008 acabaram nossas conversas, o café e o arroz. Acabou o que não precisava acabar... uma vida.
O que eu mais sinto é não ter dito, mesmo quando ele estava internado, o quanto tinha sido bom tê-lo conhecido melhor e o quanto eu me orgulhava com a mudança dele.

Mas eu tenho certeza que ele agora sabe e eu não preciso dizer uma palavra.